Customização segue uma regra fundamental: se não for pra deixar mais bonito que a miniatura original, é melhor nem começar.
Foi temendo um resultado ruim, que me arrisquei em minha primeira customização. Aliando a falta de espaço, de equipamentos, de tempo e de coordenação motora, os riscos eram grandes. Mas o resultado final foi surpreendentemente bom. Nada digno de Chip Foose, é claro. Mas ficou bom o suficiente pra merecer um espaço na prateleira junto aos demais modelos.
O modelo escolhido foi um Maisto Thunderbird 1956. Comentarei melhor sobre os modelos da Maisto numa próxima oportunidade, mas devo dizer que o contraste entre o casting detalhado e a pintura rudimentar são um convite à customização.
A pintura feita por imersão tem uma camada grossa que esconde os detalhes do casting. A cor azul clara, apesar de ser fiel a época do veículo, não me cativa. E o aspecto monocromático com ausência de detalhes é quase uma afronta a um modelo tão elegante.
O primeiro passo é desmontar a miniatura. Como a carroceria é rebitada na base, é necessário recorrer a uma furadeira. Uma broca grossa, de diâmetro superior à cabeça do rebite dá conta do recado.
Feita a desmontagem, é hora de retirar toda esta camada azul da carroceria. Algumas horas mergulhada no thinner e um pouco de lã de aço são suficientes.
Nada de se empolgar. Antes de sair pintando é necessário ter o projeto completo na cabeça. Que cores serão usadas, que detalhes serão escolhidos e como cada um será feito. É hora do segundo mandamento da customização: comece pelas cores mais claras e depois parta para as mais escuras.
Planejei o modelo final com alguns detalhes em branco. Ao mesmo tempo, o branco vai servir de base para as demais cores aderirem melhor. Portanto é a cor para se começar. Não disponho de aerógrafo, então a alternativa foi a tinta em spray mesmo. O resultado ficou muito bom, mas foram necessárias várias demãos.
É interessante notar que todos os detalhes se destacaram, como os contornos das portas, a tampa lateral e a grade dianteira. Apesar de não gostar muito da qualidade final dos modelos da Maisto, devo deixar registrado que a quantidade de detalhes do casting é impressionante.
É hora de colorir. Mas antes, isolar todas as partes do carro que se deseja deixar em branco. As regiões maiores podem ser protegidas com fita adesiva. Mas se você quiser proteger uma região pequena, pode usar cola plástica. Depois de seca, ela cria uma película que pode ser retirada com uma pinça ou palito de dente.
O vermelho me pareceu uma opção mais atraente. E mantém a originalidade, pois era uma das opções do Thunderbird. Os faróis estão protegidos com cola plástica, que vai ser removida depois de seco.
Retirando-se a fita adesiva e a cola, o carro começa a tomar forma. Com um pincel pequeno e muita paciência e coordenação, os detalhes podem começar a ser pintados.
Está ficando bonito, mas ainda não está legal. Os faróis estão borrados e alguns outros detalhes ainda não parecem perfeitos. Agora é o momento que vai definir se a miniatura final vai pra prateleira ou pra lata do lixo: é hora de retocar.
O grau de perfeição vai depender exclusivamente da coordenação motora de quem pinta. No meu caso, foi o melhor que deu pra conseguir. Não ganharia nenhum concurso, é verdade, mas gostei do resultado. E ficou mais legal na prateleira que o azul claro original.
A remontagem do carrinho é bastante simples. Onde originalmente estavam os rebites que o mantinham montado, adiciona-se duas gotas de adesivo epoxi.
Seguem aqui mais algumas fotos de como era e como ficou o Maisto Thunderbird 56: