quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Não aos Traficantes de T-Hunts



Há tempos tenho ensaiado publicar este artigo. Este é um site de entretenimento e diversão, e não sei se cabe ficar abordando temas polêmicos quem podem beirar o aborrecido.

Mas a indignação me motivou a pelo menos uma postagem, de forma que não pretendo ficar insistindo no assunto.

Todo mundo tem uma miniatura dos sonhos. Aquela difícil de obter, rara, complicada, específica. Nicolas Cage em "60 segundos" usa o termo "unicórnio" para se referir ao carro impossível de obter, e eu acho o termo super adequado. E todo colecionador que se preze sabe que tão prazerosa quanto a obtenção do seu unicórnio, é a procura por ele. Quem nunca se debruçou numa gôndola? Quem nunca esvaziou uma arara? Quem nunca espalhou miniaturas pelo chão da loja, sempre na esperança de que naquele último blister oculto da última prateleira esteja escondido o seu unicórnio?

O que mais me irrita, é que este prazer vem sendo corrompido. Os unicórnios vem sendo banidos das lojas. T-Hunts, Super T-Hunts, Modelos de destaque vem sendo banidos para dimensões paralelas, deixando aos colecionadores legítimos, apenas a frustração das prateleiras vazias.

Não há nada de errado em se perder na disputa para outro colecionador. É aí que reside a graça da procura. Mas um personagem adicional desta história está deturpando a essência da brincadeira. Abduzindo os unicórnios e todos os similares de sua espécie para um tipo de realidade alternativa chamada E-bay (e equivalentes), estão os Traficantes de Unicórnios.

Eles agem na calada da noite. Perseguem caminhões de entrega, interceptam caixas, têm esquema com lojistas, infestam o sistema com métodos pouco ortodoxos. Eles não colecionam. Por sinal, nem se importam, nem sabem ao certo o que estão comercializando. O importante é a tarja verde na lateral do Blister. Porque é sinônimo de lucro.

Pesquisando-se na Internet, encontra-se um unicórnio por duas, cinco, dez vezes o seu valor ou mais.

Vou deixar claro que não tenho nada contra a venda de miniaturas pela internet. O que me irrita é a sua sistêmica subtração das lojas e dos pontos de venda como forma de aumentar o valor do produto.

Finalizando, lembro que tudo segue a lei da oferta e da procura. Se as miniaturas são tão valorizadas na mão dos "Traficantes", é porque tem gente que paga por elas. Por isso lanço aqui o movimento "Diga não ao Tráfico de T-Hunts". Se ninuém procurar, o negócio deixa de ficar lucrativo. Se deixar de ficar lucrativo, os unicórnios retornam as lojas e o prazer de procurar por eles e de completar a tão desejada coleção será preservado. Não alimente este comércio.