sábado, 15 de janeiro de 2011

Customização para Iniciantes

Antes de mais nada, vale ressaltar que incluo a mim mesmo na categoria Iniciante, visto que tornei-me adepto da arte há apenas alguns meses.
Mas tenho observado que sempre que uma das minhas customs é divulgada, surgem sempre dúvidas recorrentes referentes ao processo utilizado.
Usando as diversas dicas que aprendi - algumas com a experiência e outras consultando os mestres da arte - decidi fazer um rápido tutorial para ajudar àqueles que decidirem se iniciar na arte da customização.

1- Abrindo a miniatura: o processo não é difícil, mas se for tentado apenas na intuição o resultado vai ser algumas miniaturas destruídas nas primeiras tentativas. Para dar certo, o processo precisa ser realizado em duas etapas.
Primeiro utiliza-se uma broca mais fina de 2,0mm ou 5/64". É só furar no centro do rebite e tomar o cuidado de manter a furadeira perpendicular. A miniatura ainda não vai abrir com este furo, mas ele é importante pra facilitar o processo de abertura e de fechamento depois.


A segunda etapa é com uma broca mais grossa de 4,0mm ou 5/32". Repete-se o procedimento e desta vez, a cabeça do rebite vai ser arrancada. É só arrancar a cabeça do rebite. Não se empolgue com a furadeira, senão vai ficar mais difícil de fechar a mini depois.


Pronto. A mini está aberta e desmontada.

2- Retirando a pintura: para o acabamento ficar perfeito, é necessário se retirar toda a pintura original. O método mais comum é deixar mergulhado no Thinner. Algumas horas de mergulho costumam ser suficientes para retirar grande parte da tinta.



A segunda etapa exige um pouco mais de paciência. Nos vãos e reentrâncias (como o contorno do capô e das portas) a tinta reluta um pouco em sair. É necessário raspar com um palito ou alfinete.


A terceira etapa é o acabamento final. Para a superfície ficar bem acabada e proporcionar o melhor efeito final, é preciso lixar com uma lixa bem fininha (lixa d'água). Também é possível conseguir um bom efeito com uma esponja de aço (tipo Bombril).



3- Pintando a sua miniatura. Não há muito segredo nesta etapa, mas algumas dicas são bastante valiosas. Como este é um tutorial para iniciantes, vou descartar o uso do aerógrafo e considerar apenas a pintura com tinta spray comum. Aqui estão as dicas:
  • Comece aplicando uma base. Já experimentei aplicar Primer (um produto específico para este fim) ou tinta branca. Ambos dão efeitos semelhantes valorizando a cor definitiva e aumentando a durabilidade da pintura.
  • Tente chegar no resultado final usando o menor número possível de demãos. Quanto mais fina for a camada de tinta, mais fácil será de visualizar os detalhes da mini.
  • Se for utilizar mais de uma cor, comece sempre pelas mais claras e vá sobrepondo as mais escuras. Pintar amarelo por cima do preto, por exemplo ,vai demandar uma infinidade de demãos e a camada de tinta vai ficar muito grossa.
  • Se quiser fazer faixas ou outros desenhos utilize fita adesiva para isolar as partes a não serem pintadas pela camada sequinte. Tente utilizar uma fita que não tenha poder de aderência muito grande. Caso contrário corre-se o risco de se arrancar a tinta junto com a fita mais tarde.


4- Retoques, detalhes e finalizações. Isto faz toda a diferença no resultado final. Até a etapa 3, o processo é meio automático. Agora faz-se necessário um pouco de talento e mão firme.
  • Retoques: as vezes a pintura borra em alguns detalhes ou não fica como o desejado. É possível retocar com tinta spray sim. A técnica consiste em se borrifar tinta spray dentro de uma sacola plástica comum. Depois molha-se um palito na poça de tinta que se formou no fundo e é só retocar como se fosse um pincel. O resultado é muito bom.
  • Detalhes: faróis, maçanetas, escapamentos. Um cromado ou colorido em regiões específicas dá um destaque especial para a mini. Canetas para retroprojetor ou para marcar CD's pintam peças definitivamente. Também é possível comprar canetas na cor prata para se fazer faróis e grades.
  • Detalhes pequenos: se a caneta for muito grossa, um alfinete molhado de tinta pode ajudar a fazer detalhes pequenos.
  • Decalques: confesso que nunca utilizei esta técnica, mas é possível comprar papel especial, imprimir o desenho desejado e colar sobre a mini.
  • Finalização: uma boa camada de verniz em spray dá um efeito mais brilhate e ajuda a proteger a pintura no caso de algum eventual acidente.
5- Fechando a Miniatura. É possível fechar a mini novamente utilizando rebites ou parafusos pequenos. Mas sou adepto de uma técnica mais artesanal: a cola. Um pouco de adesivo epoxi (tipo Araldite) sobre os furos abertos anteriormente funciona muito bem e deixa o fundo bastante estético.

Abordei aqui apenas o básico, com o objetivo de ajudar quem está iniciando. Ainda há muitos outros recursos, como a substituição de rodas e a modificação de carroceria e chassis, por exemplo. Fica para um próximo tutorial.
(Obs: deixo aqui um agradecimento especial aos colegas do Clube Hot Wheels Brasil e Mundo em Miniatura, com os quais aprendi muito do que foi explicado aqui)